O corpo humano funciona como um todo e as interações que acontecem entre esse todo, suas partes e o meio ambiente são reguladas por um princípio de equilíbrio chamado homóstase, que é um processo de auto-regulação garantido por substâncias como os hormônios e as secreções de glândulas endócrinas. Qualquer agressão externa ou interna produz uma regulação compensatória e um desequilíbrio que desencadeia uma reação de defesa. A ingestão de substâncias químicas costuma ser uma dessas agressões.
Nós dependemos das plantas em todos os sentidos – para obter alimento, energia e oxigênio – e temos uma relação de complementaridade com elas. Somos partes de um mesmo todo, que é a própria vida.
Hipócrates, o pai da medicina ocidental, fundou sua prática em dois princípios básicos: o das semelhanças (tratar o mesmo com o mesmo, o veneno com o veneno), e o das oposições (encontrar antídotos). O segundo, muito fácil de aplicar, é a base da medicina moderna (alopatia). O primeiro, que inspirou a teoria das semelhanças formulada pelo grande alquímico e filósofo medieval Paracelso[1], exige intuição e sutileza. Também é o princípio básico da homeopatia e da medicina antroposófica[2].
Através da observação da morfologia das plantas e suas diferentes características (cheiro, gosto, área onde cresce, meio-ambiente, solo, vibração geral), Paracelso podia prever suas indicações terapêuticas. Rudolph Steiner e os antroposofistas adotaram os mesmos métodos. Suas descobertas têm um nível de acerto inacreditável e têm sido confirmadas pelas pesquisas científicas.
As teorias genéticas e da informação, que lidam com as questões da ordem e do caos, também justificam essa abordagem. Um sistema vivo (uma célula, um organismo, uma colônia de inseto, um grupo social) começa com determinados potenciais que se tornam reais num processo interativo com o meio ambiente. Assim, o embrião e o ser humano se desenvolvem a partir de uma única célula primordial por diferenciação. Tudo indica que os sistemas vivos pegam informações de outros sistemas vivos; pode-se dizer que eles incorporam informações alheias.
Se a chave da cura esta dentro de nós mesmos, então só estaremos ganhando ao dar as informações certas para o organismo. Portanto, o estudo minucioso do papel dos óleos essenciais nas plantas nos ajudará a entender seu poder curativo, enquanto a observação de plantas específicas revelará as propriedades de cada óleo.
Os óleos essenciais carregam as informações de uma célula para a outra, e desencadeia a reação hormonal da planta em situação de tensão. São agentes da adaptação da planta ao meio ambiente. Por isso contêm hormônios. A sálvia, tradicionalmente conhecida por regular e promover a menstruação, contém estrogênio. O ginseng, conhecido tônico e afrodisíaco, contém substâncias semelhantes à estrona. O alecrim aumenta a secreção de bílis e facilita sua excreção. Outros óleos controlam a multiplicação e a renovação das células. Têm efeitos citofiláticos e curativos no organismo humano (especialmente a lavanda, o gerânio, o alho e a sálvia). Segundo o pesquisador Jean Valnet, eles também têm propriedades anticarcinógenas.
Na visão antroposófica, os óleos essenciais são a manifestação das forças cósmicas do fogo. Eles seriam produzidos pelo “eu” cósmico da planta, matéria dissolvendo-se em calor. Por isso são indicados para doenças que se originam no corpo astral.
Os aromas e a alma
A aromaterapia age em diversos níveis. Em primeiro lugar, há uma ação alopática devido à composição química dos óleos essenciais e suas propriedades antisséticas, estimulantes, calmantes, antinevrálgicas e outras. Existe uma ação mais sutil, no nível da informação, semelhante à ação dos medicamentos homeopáticos ou antroposóficos. E, finalmente, os óleos essenciais agem sobre a mente. Não é por acaso que são tradicionalmente usados como os ingredientes básicos dos perfumes. Pode-se dizer que, de um modo geral, cheiros agradáveis têm óbvios efeitos positivos nas pessoas.
OBS: ESSE MATERIAL PODE SER COPIADO LIVREMENTE, DESDE QUE CITADA A FONTE. GRATA.
[2] A Antroposofia, do grego "conhecimento do ser humano", introduzida no início do século XX pelo austríaco Rudolf Steiner, pode ser caracterizada como um método de conhecimento da natureza do ser humano e do universo, que amplia o conhecimento obtido pelo método científico convencional, bem como a sua aplicação em praticamente todas as áreas da vida humana.
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